Os desafios e as transformações que mercado imobiliário enfrenta para retomar o crescimento marcaram as palestras e os painéis da Convenção Secovi 2018, realizado nos dias 27 e 28 de agosto, na sede do Sindicato da Habitação, em São Paulo (SP).
"Acredito que cada vez que nós, humanos, queremos melhorar, precisamos conversar mais e debater este ou aquele assunto para que possamos compreender as dificuldades e propor as transformações. Transforme-se como é o tema da convenção, eu acredito que tem tudo a ver com o momento que o nosso país atravessa e qual a necessidade que o mercado imobiliário do nosso país precisa enfrentar.", contou Paulo Antunes de Siqueira, Diretor Executivo de Habitação da Caixa Econômica Federal.
Para a secretária municipal de Urbanismo e Licenciamento, Heloísa Proença, os desafios para a transformação são grandes. "Temos um longo caminho a percorrer. A insegurança política em relação às próximas eleições cria um clima de instabilidade absoluta. Porém, é preciso ter fé e trabalhar muito para continuar evoluindo. Nós temos grandes desafios pela frente e muitos deles já em curso. A revisão da legislação urbanística tão importante e tão necessária não só para o setor, mas para a cidade de São Paulo para que ela possa definitivamente se configurar como a cidade global, centro de eventos e construir um ambiente de negócios moderno de tecnologia de ponta de serviços de primeira linha."
Flavio Amary, presidente do Secovi-SP, ressalta a importância da reforma fiscal para o crescimento da economia e do ramo imobiliário. "Precisamos ter um governo futuro que tenha compromisso fiscal, tenha previsibilidade e que evite os extremismos e o radicalismo. Não estou discutindo preferência partidária estou discutindo princípio e se a gente não tiver isso, teremos mais dificuldade para recuperar a nossa economia para 2019/2020. É importante que o país cresça para que a gente possa continuar cada um com a sua atividade, faturando, vendendo, produzindo, gerando emprego e renda."
As dúvidas e as incertezas políticas afetam diretamente o crescimento econômico do país. "Eu diria que essa é uma eleição atípica. A eleição típica tem uma boa polarização entre dois partidos: PT x PSDB. Também não teremos a televisão como principal meio de influência. Já há pesquisas dizendo que as redes sociais podem ter o mesmo impacto", disse Denis Rosenfield, professor e filósofo.
O economista Samuel Pessôa, professor da Fundação Getúlio Vargas, possui uma visão otimista sobre o futuro governo. "Olhando o cenário político a gente não sabe o que vai acontecer. Mas acredito que os incentivos por trás da política brasileira vão fazer nós caminharmos na direção da reforma fiscal. Imagina, se o próximo presidente não fizer o ajuste fiscal, os investimentos não vão voltar e, quatro anos depois o País estará com inflação crescente e o desemprego em alta. Por outro lado, se ele usar os instrumentos da Presidência da República para promover o ajuste fiscal, a economia volta crescer e aí sim será reeleito em 2022."