Em painel da Convenção Secovi 2018, realizado no último mês de agosto, na sede do Sindicato da Habitação, o presidente da entidade, Flavio Amary, fez um balanço do ramo imobiliário diante das dúvidas e incertezas da economia do país que afeta diretamente o setor. "O mercado residencial, seja o tradicional, ou minha casa minha vida, setor de loteamento, comercial, shopping, coorporativo, flats, industrial, enfim, cada área que a gente representa aqui dentro do Secovi, os administradores do condomínio, as imobiliárias, cada um enfrentou de uma forma diferente tudo que aconteceu nesses últimos 12 meses, uns com mais dificuldade, outros com menos."
Por isso, Amary ressalta a importância da economia do país voltar a crescer para impulsionar o ramo imobiliário. "O PIB (Produto Interno Bruto) interfere diretamente em nossas atividades. É aquela ação direta de crescimento econômico e o crescimento do mercado imobiliário. Então, é importante que o país cresça para que a gente possa continuar cada um com a sua atividade, faturando, vendendo, produzindo, gerando emprego e renda."
Segundo o presidente, o Secovi não tem preferência partidária. "Defendemos o princípio. E a gente precisa colaborar com o governante que está no poder, então não tem partido político, mas tem política e a gente precisa sim ter essa atuação forte e presente para mostrar a importância que tem a indústria imobiliária, principalmente, para a geração de emprego."
O processo eleitoral deste ano é muito atípico com o ambiente político instável em decorrência das eleições e a necessidade de reformas econômicas. "Nós temos que ter um governo futuro que tenha compromisso fiscal, que tenha previsibilidade e que a gente evite os extremismos e radicalismo. Por fim, eu queria propor uma reflexão desse risco das eleições que estamos vivendo no país. Essa alta volatilidade que a gente vê não só do dólar, mas no humor da gente e o humor é muito importante à confiança no futuro é muito importante para o nosso setor", ressalta Amary.
De acordo com o presidente do Secovi, o Brasil tem muito para expandir, pois há muitas oportunidades para explorar, principalmente se comparadas ao mercado imobiliário português. "Em Portugal tem 10 bilhões de habitantes, 6 milhões de casas e 4 milhões de famílias, ou seja, o país tem 1,5 de moradias por família. E quando a gente olha para o Brasil, o déficit habitacional é muito grande para atender. Não temos nem uma casa por família. E depois que a gente conseguir atender todo esse déficit, vamos precisar construir casas para as pessoas irem à praia, serra, interior, campo. Temos um crescimento demográfico e precisamos produzir muito terreno, casa, apartamento e escritório. Por isso, pensando a longo prazo, o ramo imobiliário é muito promissor aqui no Brasil."