A classe média pode ser o caminho

Há muitos anos fez grande sucesso um filme italiano chamado "A Classe Média vai ao Paraíso". No filme de 1971, um trabalhador que era adorado por seus superiores por ser extremamente dedicado não tinha o mesmo retorno dos seus pares justamente por esse motivo. O personagem vivia o sonho, as dificuldades e os prazeres possíveis para sua classe social, a média. Era alienado, pois o mundo vivia de protestos, mas, mesmo assim, era feliz.

A classe média sempre sufocada economicamente ao longo dos tempos, parece, começa a assumir outros cenários e papéis. Parece que, enfim, vai chegar ao paraíso. O mercado imobiliário aposta fortemente nesse segmento. As duas pontas da pirâmide sempre tiveram seu quinhão: as classes alta e baixa. A alta, por ter poder econômico mais forte, maioria das vezes, passa ao largo das crises e sempre foi um dos alicerces de venda do setor. Já a baixa, em razão de políticas governamentais, também tem seus benefícios.

Atualmente, o mercado não apresenta números expressivos de lançamentos e vendas de usados, mas aposta fortemente na retomada, embasada principalmente na classe média. Fácil entender, pois esse nicho da população sempre foi o mais esquecido - as mesmas explicações para o setor valem para a economia como um todo no trato com as classes. De certa forma, essa fatia de pessoas aprendeu a economizar, poupar, "guardar para emergências" ou para ter planos mais ousados e, mais, sempre soube que o vento, um dia iria virar para ela.

É o que se vê hoje. O mercado aposta nesse público, pois essas famílias conseguiram - a duras penas - fazer uma reserva de capital e, agora, podem adquirir, trocar ou investir em um novo imóvel. O mercado, de olho nisso, vem oferecendo condições excelentes de pagamento para esse comprador. Enfim, o segmento já prevê que a retomada acontecerá e alicerçada nesse público. A roda não parou de girar e a classe média, enfim, já vê o paraíso e ele é logo ali.