De tempos em tempos, em meio as notícias não tão alvissareiras, sempre procuramos falar de coisas boas que o mercado reserva a empreendedores e compradores. O mercado tem, sim, algumas coisas a comemorar que aconteceram nos últimos meses.
FGTS e consórcio - Se a oferta de crédito habitacional vem diminuindo, há algumas alternativas e os consórcio de imóveis tem sido uma delas. No ano passado o volume de novas cartas cresceu e mais, muitos consorciados tem usado cada vez mais o Fundo de Garantia como forma de pagamento. Segundo a Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios (Abac), de janeiro a dezembro de 2015, mais de 3,1 mil donos de cotas de consórcio usaram o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço para cobrir parte ou todo o valor de suas cotas o que representou um total de mais R$ 100 milhões em repasses para a modalidade. Segundo a entidade, grande parte foi para a compra de unidades e para a amortização de saldo devedor. O valor também foi usado para liquidação de saldo devedor, abatimento de parte da prestação e aquisição de imóvel em construção, na sequência. Ainda de acordo com o a Abac, em 2015, o segmento de imóveis atingiu uma participação de 32,25% nos créditos comercializados em consórcios, o maior crescimento entre todas as modalidades. No período, foram 805 mil participantes ativos no segmento de consórcio de imóveis, com 71 mil contemplações ? alta de 2,9% em relação a 2014.
De dentro para fora - Na crise, crie. A máxima tem valido muito no mercado imobiliário. Cada vez mais, as empresas tem procurado diferenciais diante da concorrência, exatamente para chamar a atenção do comprador. Corretores se especializando, empresas apostando na sustentabilidade, melhor organização, maior gama de serviços ofertados, parcerias com fornecedores, capacidade de negociação, enfim, criando diferenciais para conquistar os consumidores. Hoje, se destaca diante de um comprador atendo e ciente de seu poder, a empresa que entende esse momento e oferta o melhor antes, durante e, principalmente, depois da venda. O bom é que esse foi um progresso gradativo e que não tem volta. Ganharão, em futuro próximo e perene, todas as partes.
Mais dinheiro no Banco do Brasil - O banco federal, no final de abril, liberou um montante de R$ 2,5 bilhões para financiamento habitacional. A linha se destinará a unidades de até R$ 750 mil (para os Estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal) ou R$ 650 mil (nos demais estados), com taxas de 9% ao ano e prazo de 360 meses para quitação. Esse montante é destinado à linha de crédito imobiliário Pró-Cotista que usa recursos do Programa Especial de Crédito Habitacional ao Cotista do FGTS.
Fim dos conflitos - Novo conjunto de regras estabelecidas devem reduzir as pendências jurídicas com relação aos distratos, deixando claros direitos e deveres de todas as partes de um contrato de compra e vende de imóvel. Pelo menos é o que espera representantes do Governo Federal, do segmento imobiliário, dos Procons e da Justiça, partes que assinaram o acordo no final de abril. O contrato, entre outros pontos, fixa regras para reembolso de valores, opções para reaver o dinheiro, multas, limites de valores, novas cláusulas para futuros contratos e aditamentos para contratos atuais, cobrança de taxas e terão abrangência nacional. O objetivo com a legislação é deixar mais claros os direitos e deveres de consumidores e empresas.
Custo da construção fica menor - Se os custos são menores, a hora é de repassar isso no valor final. Quem sabe o mercado enxergue isso com clareza. Segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Índice Nacional de Custo da Construção - Mercado (INCC-M) teve alta de 0,41% em abril, número abaixo do registrado no mês anterior, de 0,79%. Mesmo com pequenas latas, em razão da inflação, todos os custos relativos às fases da construção caíram. Agora, que isso, aos poucos, comece a ser sentido também pelo comprador.
Confiança também em alta - A FGV também apurou que o Índice da Confiança da Construção (ICST), subiu 0,2% em abril e chegou a 67%. A melhora ocorreu por conta da percepção das empresas em relação aos meses seguintes: o Índice de Expectativas (IE-CST) avançou 1,1%, chagando aos 72,2%, e a expectativa com a situação dos negócios para os próximos seis meses teve variação de 3,7% em relação a março. Ainda não é um otimismo exacerbado, mas já é uma recuperação e uma perspectiva positiva para os meses que vêm por aí.
A vez dos compactos - Já falamos isso aqui, neste espaço, em outras oportunidades, mas parece que o mercado vê como excelente negócio futuro os apartamentos compactos, aqueles com metragem até 45 m². Nos últimos anos foi um nicho pouco explorado, por isso até há uma oferta maior. O que o mercado espera e que, como há demanda, esse produto comece a despertar o interesse do comprador. Como a maioria desse tipo de apartamento está mais na região central da Capital, pode-se esperar um certo renascimento da região. De acordo com o Secovi, em dezembro de 2010 havia menos de 500 unidades desse tipo de imóvel na cidade. Em dezembro do ano passado já eram 8.227 unidades, uma alta de 1.700%. Em níveis gerais, o estoque total na cidade cresceu 125% no mesmo período.