Ao longo dos anos, a profissão de corretor de imóveis passou por uma significativa transformação, evoluindo para atender às demandas e necessidades do mercado imobiliário em constante mudança. Comparando o corretor de imóveis do passado com o corretor de imóveis de hoje, podemos observar diversas diferenças marcantes.
No passado, o corretor de imóveis dependia principalmente de recursos físicos, como jornais, revistas e catálogos impressos, para divulgar os imóveis disponíveis para venda e locação. Era um processo mais lento e limitado em termos de alcance.
A tecnologia proporcionou mudanças no comportamento e no modo de viver das pessoas, além de transformar o modo de cada um consumir os produtos e serviços. E no mercado imobiliário não poderia ser diferente. A transformação digital abriu um mundo de possibilidades para a divulgação de imóveis, alcançando um público global. Os portais imobiliários permitem que os corretores exibam fotos, vídeos e descrições detalhadas dos imóveis, facilitando o alcance do público-alvo.
Com os avanços tecnológicos, o corretor de imóveis de hoje se beneficia de uma variedade de ferramentas e recursos digitais. Ele utiliza as redes sociais para aumentar sua visibilidade e interagir com os potenciais compradores e vendedores. Eles podem compartilhar informações relevantes, dicas de mercado e atualizações em tempo real. A comunicação se tornou mais ágil, com o uso de aplicativos de mensagens instantâneas, chamadas de vídeo e e-mails, permitindo que os corretores estejam sempre disponíveis, mesmo à distância.
De acordo com Davi Esteves, diretor comercial da Lopes Condessa, a essência da corretagem não mudou, apesar das mudanças trazidas pelas ferramentas e tecnologias. “Hoje eu vejo a necessidade do corretor se profissionalizar e estar mais engajado. Antigamente, talvez não fosse tão profissional, era uma coisa mais artesanal, mais de rua, olho no olho. Hoje é uma coisa mais mecânica. Eu faço a produção, uma indicação, subo fotos, recebo leads, mostro imóveis conforme a demanda. Antigamente, os corretores criavam as vendas, não era uma coisa mais elaborada, os corretores criavam novos negócios. Usava-se mais a cabeça nesse aspecto, o relacionamento também eu acho que era mais pessoal. Hoje é meio distante, o WhatsApp, manda link. Então, têm as coisas boas que a tecnologia nos trouxe, mas, também perdemos algumas coisas da essência. Eu sempre falo para os nossos corretores que precisamos ter equilíbrio e que não podemos deixar de acompanhar a tecnologia se não ficamos para trás.”
Já o CEO do Grupo SP Imóvel, Dalton Toledo, ressalta a importância de respeitar e aprender com os corretores mais antigos. “Chegam muitos corretores jovens dizendo que aquele lá é corretor raiz, corretor dinossauro. Mas esses dinossauros têm conhecimento e Network muito maior, muitas vezes, do que os corretores atuais, que só vem com a tecnologia e se esquecem da essência do corretor. Que precisa ter conhecimento do mercado imobiliário mais do que até a tecnologia, claro, que é bom equilibrar os dois. Eu vejo muito corretor raiz fazendo muitas vendas. Porque a internet, hoje, tem um modelo de escala em grande quantidade, mas ele não consegue vender para essa escala toda. Enquanto, o raiz muitas vezes está vendendo 10 imóveis por mês, cinco que seja, aquele outro que está escalando altos níveis não está conseguindo atender todos aqueles clientes. Então, o corretor raiz, o corretor dinossauro, tem que respeitar sim. Porque eles têm muito conhecimento, sem dúvida.”
“Sem dúvidas. São mais assertivos. A quantidade de clientes talvez seja menor, mas o aproveitamento é muito maior”, completa Esteves.
Outra mudança significativa está na disponibilidade de dados e informações. Hoje em dia, os corretores têm acesso a uma ampla gama de dados sobre o mercado imobiliário, como histórico de preços, tendências de vendas e informações demográficas. Isso lhes permite fornecer uma consultoria mais embasada e personalizada aos clientes, ajudando-os a tomar decisões informadas na compra ou venda de imóveis.
Apesar de todas essas transformações, uma coisa permanece constante: a importância do relacionamento interpessoal. Tanto no passado quanto hoje, os corretores de imóveis precisam estabelecer confiança com seus clientes, entender suas necessidades e oferecer um atendimento personalizado. A diferença está na forma como essa interação ocorre, com as ferramentas digitais atuando como facilitadoras para uma comunicação mais eficiente e abrangente.
Os corretores de imóveis que desejam alcançar o sucesso precisam aprender a viver em meio às mudanças tecnológicas e estarem sempre em busca por conhecimento e inovação. Além de se manterem bem informados e capacitados. Por exemplo, é importante que o corretor se aprofunde nos assuntos relacionados ao mercado imobiliário, tais como financiamento imobiliário, valorização ou depreciação de imóveis, marketing digital.
Portanto, a tecnologia proporcionou ao corretor atual uma maior capacidade de alcançar um público mais amplo, obter informações relevantes e agilizar a comunicação. No entanto, independentemente das mudanças, a habilidade de estabelecer conexões humanas e prestar um serviço de qualidade continua sendo a essência da profissão.