Apesar dos sinais de retomada do crescimento e da recuperação em alguns setores, o presidente eleito terá pela frente desafios como o alto nível do desemprego e o rombo nas contas públicas.
O ambiente político é instável e apresenta um cenário eleitoral imprevisível. Diante dessas circunstâncias o que esperar da economia brasileira nos próximos anos? Quais atitudes são prioridades do próximo Presidente? Quais serão os caminhos para retornar o crescimento por completo e combater o desemprego?
O mercado imobiliário é impactado diretamente pela economia do país. O setor se beneficia muito da confiança do consumidor, pois ninguém compra imóvel quando se está com medo de perder emprego.
Com emprego, as pessoas sentem-se confiantes e consomem mais. Com mais consumo, as empresas vendem mais e com mais vendas, as empresas contratam mais. E tudo isso, faz a economia girar. E o mercado imobiliário se beneficia deste ciclo, pois com remuneração, o consumidor consegue crédito e prazos mais longos.
"Olhando o cenário político a gente não sabe o que vai acontecer. Mas acredito que os incentivos por trás da política brasileira vão acontecer para caminhar rumo ao crescimento", declarou Samuel Pessôa, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e sócio da consultoria Reliance, durante a Convenção Secovi 2018, realizada nos dias 27 e 28 de agosto, na sede do Sindicato da Habitação em São Paulo.
De acordo com Pessôa, nos últimos 15 anos, o país caminhou para estabilidade econômica que permitiu o crescimento. "Nos primeiros anos no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, tivemos uma série de inovações microeconômicas que deram muito mais segurança ao setor imobiliário, porém de lá para cá, nós regredimos, como por exemplo, na questão do distrato, a microeconomia piorou e regredimos claramente na macroeconomia."
Para o economista há boas razões para ser otimista em relação ao próximo governo, ele ainda enfatiza a importância do ajuste fiscal. "Imagina a pessoa que vai sentar naquela cadeira em 1º de janeiro do próximo ano? Vai receber o país crescendo a 1,5% um pouco mais, inflação a 4% e a Selic 6%. E se não fizer o ajuste, ela vai entregar o país em 2022 com o desemprego elevado e altas taxas de juros. Com isso, não será reeleito e será responsabilizado e pela insatisfação. Por outro lado, se ele usar os instrumentos da Presidência da República para promover o ajuste fiscal, provavelmente vai conseguir entregar a economia em uma situação bem melhor que a atual. E a possibilidade de reeleição será grande."