Escola pública em São Paulo: volta às aulas presenciais e início do ano letivo movimenta pais e alunos

Desde o dia 18 de outubro, as aulas presenciais voltaram a ser obrigatórias para todos os alunos da rede pública do estado de São Paulo. As escolas particulares de São Paulo também devem atender a essa exigência, no entanto, os prazos são definidos pelo Conselho de Educação. Já as escolas municipais do Estado também podem ter um prazo diferente, já que devem observar a regra de cada conselho. De qualquer forma, a Secretaria de Educação já começa a encaminhar de volta à normalidade. Assim, o ano letivo de 2022 promete ser 100% presencial. 

Durante a coletiva para anunciar as mudanças, o secretário estadual da Educação, Rossieli Soares, informou que os estudantes só poderão deixar de frequentar as aulas presenciais com justificativa médica, tendo que apresentar um atestado. Ou estudantes que fazem parte do grupo de exceções, já definidos pelo Estado. Confira a seguir:

• Estudantes gestantes ou puérperas;

• Estudantes com comorbidades com idade a partir de 12 anos que não tenham completado ciclo vacinal contra a Covid;

• Estudantes menores de 12 anos que pertencem a grupos de risco para a Covid e ou condição de saúde de maior fragilidade.

Nem todas as escolas estão aptas para o retorno presencial

Apesar de a determinação se estender a todo o estado de São Paulo, ainda que conte com prazos diferentes entre escolas estaduais, municipais e particulares, um problema para atender a determinação pode ser a falta de infraestrutura física da instituição de ensino. 

Algumas unidades terão que retardar a volta às aulas presenciais por não conseguirem cumprir o distanciamento entre carteiras, medida que ainda é obrigatória até o fim de outubro. Segundo dados da Seduc (Secretaria de Estado da Educação), 75% das escolas vão manter o ensino híbrido por falta de espaço físico entre os estudantes.

Assim, essas escolas só retomam as aulas presenciais no início de novembro, quando o distanciamento não será mais obrigatório. Com isso, apenas a partir do dia 3 novembro veremos 100% das escolas da rede estadual com aulas presenciais.

No entanto, o uso da máscara por estudantes e funcionários ainda é medida obrigatória, bem como a utilização de álcool em gel para higienização das mãos e objetos e, também, professores e funcionários ainda devem contar com equipamentos de proteção individual. 

Controvérsia 

O Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp) é contrário à determinação do Estado. Segundo o G1, o sindicato considera a medida “desnecessária, descabida e perigosa”. 

A opinião contrária é porque, segundo avaliação da Apeoesp, as escolas não têm condições de cumprir os protocolos de segurança contra a Covid. Além disso, o sindicato ainda afirma que em muitas unidades não há funcionários de limpeza para realizar a higienização necessária. 

Condições favoráveis

O cenário mostra condições favoráveis para a retomada das aulas presenciais, é nisso que se baseia a decisão do estado de São Paulo. Em meados de outubro, o Estado atingiu mais de 80% da população adulta com, pelo menos, duas doses da vacina. Olhando para a população no geral, 61,55% já estão com esquema vacinal completo.

Além da vacinação seguir em ritmo favorável, a queda no número de internações também mostra um cenário promissor. Dia 10 de outubro, o estado de São Paulo registrou menos de 2 mil pessoas internadas pela Covid.  

Atualmente, as taxas de ocupação dos leitos de UTI estão entre as menores da história da pandemia, com 30,8% no estado e 38,2% na Grande São Paulo.

Estudantes estão ansiosos pelo retorno das aulas presenciais

Em entrevista ao R7, a maioria dos estudantes contam que o principal motivo da ansiedade é a expectativa de rever os colegas. 

"Eu não via a hora de voltar para a escola e rever meus amigos. Apesar da praticidade no ensino online, ter contato com as pessoas é bem melhor", 

Conta Marcos Gabriel de Almeida Fernandes, 15 anos, morador de Santa Cruz do Rio Pardo, estudante da Escola Estadual Leônidas do Amaral Vieira.

Quem também afirma ansiedade para retornar às aulas presenciais é Sarah Raquel Rizzatto dos Santos, de 15 anos. Ela está no primeiro ano do ensino médio na  Escola Estadual Escritora Rachel de Queiroz, no Jardim Yeda, em Campinas.

"Estou muito feliz em voltar para escola, o aprendizado presencial é mais focado, e sinto que absorvo melhor o conteúdo"

Sarah conta que se sente segura para voltar, pois a escola segue todos os protocolos, por exemplo, com a obrigatoriedade do uso de máscara e tendo sempre um frasco de álcool em gel acessível para os estudantes e funcionários. Além disso, conta que já tomou a primeira dose da vacina.

"Eu já tomei a 1ª dose da vacina e tomando todos os cuidados tenho me sentido mais segura em retornar"

No entanto, nem todos os alunos são favoráveis à retomada das aulas presenciais, nem se sentem seguros com a nova determinação.

Ágatha Bezerra, de 15 anos, é um exemplo. Apesar de estar ansiosa para voltar, ela ainda tem receio. Ela é aluna do 9°ano da Emef (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Henrique Sousa Filho, localizada em São Mateus, na zona leste da capital paulista. Segunda Ágatha, a maioria dos alunos não respeita o distanciamento e o uso de máscaras, ainda que a escola tenha colocado informações nas salas e pátios sobre essas regras.

"Não tem jeito, muitos usam a máscara no queixo ou abaixo do nariz. Troca a cada 3h? Também não vejo e infelizmente sempre vai ter um ou outro que não segue as regras."

Apesar da obrigatoriedade das aulas presenciais, muitos alunos não voltaram às salas de aula. Quem conta é a estudante Ruthielly Lima de Souza, de 16 anos, que mora na cidade de Jundiaí. Segundo ela, o número de alunos em sua turma ainda permanece pequeno. 

“Muitos colegas de classe não voltaram por medo de exposição ao vírus”

Outro ponto que chamou atenção de alguns alunos foi o fato da retomada acontecer em novembro, tão próximo do fim do ano letivo de 2021. Gabriel Portes, de 16 anos, aluno da E.E. Oscarlina de Araújo, em Itatiba, falou sobre esse assunto. 

“Pensei que, por já estarmos no fim do ano, não iríamos mais voltar com as aulas presenciais neste segundo semestre, ainda mais com 100% dos alunos”.

Mudanças no ano letivo para 2022

Em julho deste ano, o governo de São Paulo anunciou a expansão do Novo Ensino Médio para o segundo ano a partir de 2022. O novo currículo do Ensino Médio já começou este ano, mas de forma gradual e apenas entre os alunos do primeiro ano.

A principal mudança é a possibilidade de o aluno escolher uma ou duas áreas para se aprofundar em conhecimentos específicos, baseado em seus interesses pessoais. Além disso, o programa aumenta de 7 para 8 aulas diárias, totalizando 40 aulas semanais ao invés de 35, como era até então. 

A relação trouxe dez opções de aprofundamento curricular:

Nas áreas de conhecimento: 

• Linguagens, 

• Matemática, 

• Ciências Humanas

• Ciências da Natureza

Integradas, que apresentam combinações:

• Linguagens e Matemática, 

• Linguagens e Ciências Humanas, 

• Linguagens e Ciências da Natureza, 

• Matemática e Ciências Humanas, 

• Matemática e Ciências da Natureza, 

• Ciências Humanas,

• Ciências da Natureza.

Além desses, os estudantes também podem manifestar interesse em qualificação profissional para garantir até dois certificados profissionalizantes durante o ano.Por exemplo, cursos relacionados às seguintes áreas:

• Programação;

• Design;

• Dados;

• Tecnologia;

• Ciências sociais;

• Comunicação.

As escolas também poderão receber o programa de Atividades Complementares de Arte. Será possível criar, por exemplo, grupos de teatro nas escolas.

Para 2022, a novidade é que o segundo ano começará a exercer essas mudanças, tendo 10 aulas semanais oriundas da escolha do aluno entre as opções de conhecimentos específicos. Outra novidade é que o ensino híbrido será mantido, mesmo com a retomada das aulas presenciais, ainda haverá aulas remotas na grade.

Já para os alunos do terceiro ano, as mudanças só vão começar a valer em 2023. Eles, no entanto, vão contar com 20 aulas dedicadas ao aprofundamento curricular, com base nas escolhas entre as aulas de conhecimento específico.

Alunos se mostram otimistas com o Novo Ensino Médio

Uma pesquisa feita com 2 mil alunos do Novo Ensino Médio e, também, do currículo tradicional, mostra que a expectativa é positiva, considerando as melhores chances no mercado de trabalho. 

Segundo a pesquisa, 61% dos alunos que estão cursando o novo modelo avaliam positivamente, principalmente porque facilita o primeiro emprego devido à capacitação. Além disso, também consideram positivo que o conhecimento adquirido seja compatível com a área de interesse.

E 73% desses estudantes consideram que o programa do Novo Ensino Médio tem potencial  para melhorar a qualificação profissional do Brasil. Uma boa parte, sendo 84% do total, acreditam que o Novo Ensino Médio irá desenvolver os conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para os jovens. 

Cerca de 77% dos alunos estão muito satisfeitos ou satisfeitos com a escola e 78% estão muito otimistas e otimistas com futuro profissional. O resultado da pesquisa também mostra que a maioria tem interesse pelo ensino superior. 

Além disso, os alunos do ensino médio tradicional apontam que a metodologia de ensino é um dos motivos para sair da escola, argumento que não foi apontado pelos estudantes do Novo Ensino Médio. 

A pesquisa foi realizada pelo Serviço Social da Indústria (Sesi) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) encomendada ao Instituto FSB.

Escola pública em São Paulo - conheça as opções de cada região

Escola pública na Zona Leste

1 - EMEI Mary Buarque

No Tatuapé, temos a EMEI (Escola Municipal de Ensino Infantil) Mary Buarque, que atende crianças para a formação da pré-escola.

Simone Aita, mãe de uma das alunas da escola, atribui 5 estrelas à instituição e tece alguns elogios. 

"Ótima escola. Minha filha estuda nela. Ótimas professoras, diretores, as tias da cozinha, limpeza e da secretaria são super atenciosos. Melhor EMEI da região. Estão todos de parabéns"

Endereço: Rua Restinga, 150 - Tatuapé

Telefone: (11) 2293-3670

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• Confira outras opções de escola pública na Zona Leste 

Escola pública na Zona Norte

2 - EMEI José Augusto César Doutor

A EMEI José Augusto César Doutor fica no bairro de Santana e oferece Ensino Infantil, o que contempla crianças a partir de 4 anos para a pré-alfabetização. 

Juliana Foresti dá 5 estrelas para a escola e elogia vários aspectos. 

"Melhor escola de educação infantil. Direção e equipe pedagógica são excelentes, capacitadas e tem um carinho imenso por cada criança que entra no EMEI"

Endereço: Praça Dr. José Augusto César, 51 - Santana

Telefone: (11) 29768057

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• Confira outras opções de escola pública na Zona Norte

Escolas públicas na Zona Oeste

3 - EMEI Monte Castelo

A EMEI Monte Castelo fica no bairro Butantã e conta com Educação Infantil. Maria C Santos, confere 5 estrelas à escola e elogia o atendimento. 

"Escola tradicionalíssima na região do Butantã... equipe atenciosa, todos muito carinhosos e cuidadosos com as crianças... nem parece escola pública!"

Endereço: Praça Monte Castelo, 49 - Butantã

Telefone: (11) 3819-7850

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• Confira outras opções de escola pública na Zona Oeste

Escola pública na Zona Sul

4 - EMEI Ignácio Henrique Romeiro 

Já em Moema, bairro em que está situado o Parque Ibirapuera, temos a EMEI Ignácio Henrique Romeiro, também com Educação Infantil.

Andreia Facchini atribui 5 estrelas à escola e, além dos elogios, enaltece a tradição da escola, que mantém sua qualidade ao longo dos anos.

"Dez anos atrás minha filha estava lá e já era perfeita; agora, meu mais novo também está - mesmo que no ensino remoto! Professoras empenhadas, carinhosas e diretor participativo!"

Endereço: Alameda Jauaperi, 1639 - Moema

Telefone: (11) 5044-6652

EMEI Ignácio Henrique Romeiro no Google Maps

• Confira outras opções de escola pública na Zona Sul

Fontes:

Entenda o que muda no ensino médio de SP em 2022 

Expectativa e ansiedade marcam retorno obrigatório às aulas em SP 

Aulas presenciais voltam a ser obrigatórias para 100% dos alunos em SP a partir de segunda-feira 

Estudantes avaliam positivamente o Novo Ensino Médio