"Ser mulher me ajudou a conquistar este espaço na minha profissão. Tive que escolher o tipo de mulher que eu gostaria de ser. Podia ser uma "princesa" Ou podia ser a "guerreira". Escolhi ser ´guerreira´", conta a engenheira civil da Construtora MBigucci, Natália Arneiro, de 28 anos.
E cada vez mais, as mulheres se mostram competentes e determinadas a alcançar os seus objetivos. Com isso, assumem posições de responsabilidade e se destacam em todos os setores do mercado, inclusive no ramo imobiliário.
Natália começou na MBigucci, há 9 anos, como estagiária e hoje comanda uma obra inteira, praticamente só com colaboradores homens. Recentemente, ela comandou a obra Marco Zero MBigucci, com mais de 500 colaboradores homens.
No bate-papo com o Grupo SP Imóvel, a engenheira conta que todos os dias precisa provar que é capaz de atuar na área e se interessa por obra. Confira a entrevista completa.
SP Imóvel - Como é atuar na Engenharia por ser mulher?
Natália Arneiro - Atuar na engenharia me fez crescer muito. Por incrível que pareça, no meu caso, ser mulher me ajudou a conquistar este espaço. Eu, por ser mulher, podia escolher qualquer caminho sem ter toda essa pressão. Tive que escolher o tipo de mulher que eu gostaria de ser. Podia ser uma "princesa" Ou podia ser a "guerreira". Escolhi ser "guerreira".
SP Imóvel - Como é comandar uma obra inteira de homens?
NA - No começou ficava muito insegura, por ser mulher e mais nova. Então, não era tão respeitada. Mas com o tempo, ganhei a confiança de todos.
SP Imóvel - Quais os principais desafios da mulher nessa área?
NA - Os desafios já começam na formação, existe um grande número pessoas no curso e todos têm grandes dificuldades no aprendizado de disciplinas de exatas (acredito que as mulheres são mais dedicadas, e acabam se dando melhor). Outro desafio é lidar com toda equipe de obra (homens) e dos processos de uma construção. Sendo que o engenheiro precisa lidar com muitas pressões.
SP Imóvel - Por que escolheu essa profissão?
NA - A decisão do curso de engenharia civil foi pela preferência dos números já na escola. Realmente, gosto de ciências exatas e de muitos desafios.
SP Imóvel - Ser mulher diferenciou ou mudou algo?
NA - A mulher é mais detalhista. Sempre acaba fazendo Check List de tudo, por exemplo. Temos aquela visão: e se eu morasse aqui, como seria? O que eu gostaria? O que facilitaria minha vida? Isso eu levo para a obra.
SP Imóvel - Em muitas áreas, a Mulher tem que provar todos os dias que são inteligentes e capazes de exercer certas funções. Na sua área também é assim? Você passou por isso?
NA - No meu caso tenho que provar que sei e me interesso por obra, sendo que os funcionários têm a experiência e eu o estudo.
SP Imóvel - Já sofreu algum preconceito por ser mulher e trabalhar em uma área considerada de "homens"?
NA - No começo tive muita dificuldade em lidar com os funcionários da obra (pedreiro, carpinteiro...) por ser mulher. Sinto que a maioria das pessoas não conhece o curso de Engenharia. Quando dizem que engenheiro civil é aquele que constrói casas (é construída por homens manualmente). Acredito que por isso a profissão é pouco aceita pelas mulheres.
A engenheira civil Natália Arneiro, de 28 anos, compartilhou sua experiência e desafios na área. Ela destacou a importância de escolher ser uma "guerreira" para conquistar seu espaço. Atuando em uma obra praticamente apenas com homens, Natália conseguiu ganhar respeito ao longo do tempo. Ela ressaltou que as mulheres enfrentam desafios desde a formação até lidar com pressões da área. A Engenharia Civil é uma profissão em que as mulheres precisam provar constantemente sua competência e interesse.