Escolher um imóvel não é tarefa fácil, e é sempre importante pensar com cuidado para tomar a decisão mais acertada. As prioridades na hora da escolha dependem de muitos fatores, inclusive da faixa etária do futuro morador, assim como de seus objetivos de médio e longo prazo. Para a geração Y – também chamada de millennials –, flexibilidade é a palavra-chave, seja em relação ao lugar ou à maneira de fechar o negócio.
Nascida entre 1980 e o final da década de 1990, esta geração preza, especialmente, a liberdade de escolha, levando em consideração fatores como mobilidade, infraestrutura e sustentabilidade na hora de escolher um imóvel para comprar ou alugar. A distância em relação à moradia e ao trabalho, além das possibilidades de comércios e lazer nos entornos, também são questões importantes.
Segundo pesquisa realizada pela agência de transformação digital Today, no primeiro semestre de 2019, a geração Y representa 51% dos consumidores do mercado imobiliário digital no Brasil. O levantamento mostrou que o maior interesse deste público é o contrato de aluguel, com 80% dos entrevistados afirmando preferir a locação de imóveis, principalmente pela facilidade em se mudar e a maior mobilidade para conhecer diferentes regiões. Apesar disso, a compra do primeiro imóvel ainda é prioridade para 22% da geração, que acaba fechando negócio apesar dos 30 anos de idade.
O que esta geração busca em um imóvel?
Para a geração Y, o imóvel, seja ele alugado ou comprado, deve refletir a personalidade de seus moradores, sendo um espaço prático, porém aconchegante. Por buscar uma boa localização, é comum que o público desta faixa etária costume dar prioridade para apartamentos compactos, mas com áreas bem integradas, uma marcenaria inteligente e a automação de tarefas, permitindo o conforto e destacando o conhecimento tecnológico da geração.
Mesmo em imóveis que não sejam de alto padrão, pontos como boa iluminação, espaços sociais e presença do verde, sejam com plantas ornamentais ou até uma horta vertical, são considerados, além de uma planta que permita certa autonomia na hora de decidir a posição dos móveis e as divisões de ambientes.
Impacto da geração Y no mercado de luxo
Por conta do maior acesso à informação e tecnologia, um ponto é muito levado em consideração pelo millennials na hora de escolher um local para morar: a qualidade de vida. O contato maior com a internet permite que os adultos desta geração tenham maior poder de argumentação no momento da negociação do imóvel, além de estarem mais cientes acerca de seus direitos e deveres.
A busca pela qualidade de vida faz com que muitos integrantes da geração Y prefiram gastar um pouco mais para adquirir ou alugar um imóvel com maiores benefícios em condomínios de alto padrão e que ofereçam espaços amplos de convivência, movimentando o mercado de luxo, que costuma oferecer este tipo de opção para os seus clientes. As redes sociais também ajudaram a impulsionar a busca por um lifestyle mais luxuoso, popularizando os apartamentos com área gourmet e as áreas integradas, ideais para receber amigos.
Com a pandemia, a procura por espaços amplos e locais que permitam maior contato com a natureza cresceu, já que muitos brasileiros passaram a trabalhar no modelo home office. Segundo a Bossa Nova Sotheby’s, empresa especializada no segmento de alto padrão, a busca por casas no campo em São Paulo cresceu mais de 600% entre março e setembro de 2020, e os preços tiveram acréscimo de 20% a 40% no mesmo período. A expectativa é de que essa tendência continue em 2021, com cada vez mais empresas adotando definitivamente o modelo de trabalho remoto.
Entender as preferências da geração Y é um movimento importante para que todos – desde donos de imobiliárias até estudantes da faculdade de engenharia civil – estejam alinhados com as expectativas deste grupo tão importante, que, além de movimentar dinheiro, costuma ser influente nas redes sociais e entre amigos, criando uma rede de divulgação que pode ser muito positiva para diferentes tipos de negócios.