Mercado imobiliário é imune à bolha?

Em tempos passados (não muito distante), verificamos que alguns países sofreram grandes crises econômicas e muitas delas vieram ou afetaram o mercado imobiliário. O Brasil também passou por inúmeras crises em sua economia, inflação galopante, dinheiro em falta, pouco emprego formal e, até, carestia em parcela da população de renda mais baixa. Mas por que o mercado imobiliário passou imune a tudo isso? E, hoje, é possível que isso se repita.

Não é de hoje que relatamos aqui que o segmento está passando por um período de retração, com poucos lançamentos e raras vendas. O setor precisa se moldar à realidade da economia para passar por esses momentos de dificuldade. Bem, podemos ter aí a resposta: o Brasil não corre o risco de uma bolha justamente porque tem flexibilidade e sabe passar pelas crises.

Entre 2009 e 2011 o setor imobiliário teve os melhores resultados de sua história, mas, diferentemente do que aconteceu em outros países, o Brasil não se aproveitou do bom momento. Os preços subiram, o que foi justo, mas dentro de uma realidade esperada; os créditos também cresceram, mas nada de maneira desordenada, pois os financiamentos foram dados dentro de condições reais de pagamento (é claro que houve quem não conseguiu honrar com os compromissos, mas uma parcela bem pequena).

Agora, com o mercado mais retraído, os preços têm queda e quem tem condições de comprar - principalmente à vista - está com a "faca e o queijo na mão". Mas, mesmo assim, as empresas não estão vendendo desordenadamente. Mesmo os descontos dados estão dentro de uma realidade aceitável para criar caixa e sem venda "na louca".

A bolha não é um risco iminente porque no Brasil há uma vacina contra a crise. Sabemos sobreviver à crise, à inflação, com o aperto do cinto necessário para passar o pior momento. Com certeza, em poucos meses, segundo previsões do mercado, a crise passa e o crescimento será retomando. Importante: há demanda, há oferta, mas nada será feito sem planejamento. Só para se ter ideia, essa demanda ainda desperta interesse do mercado internacional, que vê no Brasil um mercado com grande potencial. Investidores têm interesse em empreender ou mesmo em comprar, pois o dólar está em alta e os preços, aqui, muito interessantes. A tempestade passará e logo virá a bonança. Mais que uma esperança, é uma certeza do mercado