O mercado imobiliário em 2015

O ano de 2014 foi marcado pela queda nas vendas dos imóveis em todo país. O setor foi atingido pelas incertezas econômicas. De janeiro a julho foram bloqueados temporariamente todos os lançamentos imobiliários para discussão do Plano Diretor em São Paulo. Após a aprovação da Câmara dos Vereadores, o setor retomou com as negociações dos novos empreendimentos.

Os eventos que ocorreram no país também refletiram diretamente no balanço do ramo imobiliário.  O carnaval foi um pouco mais tarde, em março. Depois, em junho e julho, o Brasil foi sede da Copa do Mundo e, em outubro, tivemos as eleições, considerada uma das mais disputadas e com grande expectativa dos eleitores sobre o futuro do Brasil.

Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), em 2014 era previsto um aumento de 15% nos financiamentos imobiliários, porém, devemos chegar ao final do ano com um crescimento de apenas 5% em relação a 2013. Após todo esse cenário especulativo em 2014, os especialistas esperam um avanço muito maior no próximo ano.

Em 2015 a expectativa é positiva, pois a previsão é de estabilização nos preços dos imóveis e a retomada do saldo positivo nas vendas. E alguns fatores vão contribuir para isso. Pois mesmo com os juros altos nos outros seguimentos bancários, os juros  imobiliários não tiveram aumento significativo em muitos bancos privados e públicos. Assim, espera-se um crescimento de 10% com as concessões de crédito, além do aumento do salário mínimo e expansão do programa Minha Casa, Minha Vida do Governo Federal.  

A diretora da Auxiliadora Predial da Agência Turiassú, Amanda Pires Neves, acredita que este ano novo será favorável para o setor. "Após um ano de muitos acontecimentos que atrapalhou o mercado, como a Copa e as Eleições, acredito que 2015 será um ano muito promissor e de muitos negócios!" 

Fabiano Neaime, diretor da Qualiti Imóveis, aposta em um mercado consistente. "Serão entregues vários empreendimentos residenciais e comerciais, o que aumenta ainda mais o estoque de imóveis novos e disponíveis para locação. Por este motivo, até o mercado se estabilizar os valores permanecerão estáveis", declara. 

Porém, o economista Eduardo Bassin, da Bassin Consultoria, aconselha ter cautela e estudar o mercado. "A nova equipe econômica acabou de ser anunciada formalmente e as medidas a serem adotadas para promover a retomada do desenvolvimento", analisa. 

O consumidor também pode esperar por incentivos que favoreçam os brasileiros a conquistar a casa própria. A primeira medida é centralização das informações que envolvem a aquisição de imóveis em um único cartório. De acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega (cargo vigente até dezembro/2014), essa ação vai reduzir os custos operacionais e vai acelerar o processo dos financiamentos imobiliários. Já a segunda é utilizar um imóvel já quitado como garantia para outro financiamento, ou para compra de bens, com recursos captados na poupança.

Vale citar, também, as novas diretrizes para o Novo Plano Diretor em São Paulo, que influenciam diretamente o setor e tem como objetivo incentivar o crescimento e a transformação da capital para os próximos 16 anos. Quem não sonha com uma cidade organizada, melhor estruturara, com um número maior de pessoas morando em áreas urbanizadas e mais habitações sociais disponíveis para população de baixa renda?

A conquista da casa própria é o maior sonho para muitos brasileiros, mas aquisição de um imóvel necessita estudar o mercado e exige realizar diversas pesquisas, pois não deixa de ser um investimento a longo prazo que envolve percepções da economia no geral.