O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central voltou a elevar a taxa básica de juros (Selic), passando de 10,75% para 11,25% ao ano. Essa decisão representa a maior alta dos juros básicos desde maio de 2022.
A Selic estava em 13,75% ao ano em julho do ano passado. Depois, o Banco Central deu início a um ciclo de cortes. Em junho de 2024, o Copom passou a decidir pela estabilidade da taxa, em 10,5% ao ano.
Nos anos de 2020 e 2021, a Selic chegou ao seu menor patamar histórico, quando atingiu 2%, e tornou o crédito imobiliário mais acessível e com ótimas condições. Nesta época, pegar dinheiro emprestado estava mais barato, já que os juros cobrados nessas operações eram menores.
De acordo com o Comunicado do Copom, o momento é de cautela devido ao ambiente externo ser desafiador, principalmente por conta das incertezas em relação à economia dos Estados Unidos. “O ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed.”
O Banco Central tem elevado a taxa de juros como medida de controle contra a inflação. A Selic influencia todas as taxas de juros do país, como as taxas de juros dos empréstimos, dos financiamentos e das aplicações financeiras.
Com a elevação da Selic um dos impactos é que encarece diversos produtos. Com ambiente de incertezas e custos altos, a tendência é diminuir o consumo porque reduz o poder de compra das famílias, as empresas adiam o plano de expansão, levando à estagnação da economia, aumento do desemprego e das dívidas.
“Na verdade, o impacto da Selic vai além dos bancos – ele atinge a vida de todos. O aumento da Selic gera efeito em várias áreas, influenciando não apenas o crédito, mas também o preço de produtos e serviços, como o mercado e o combustível. No fim das contas, ele encarece praticamente tudo!”, aponta Carla Ávila, especialista em Crédito Imobiliário.
A elevação de 0,5% da taxa básica de juros (Selic) deixou o cenário ainda mais desafiador para aqueles que pretendem comprar imóvel residencial através do financiamento imobiliário, pois as parcelas ficam mais caras e o montante final ficará maior.
“A taxa Selic impacta diretamente o mercado de financiamento. Quando a Selic sobe, isso influencia as taxas de juros dos financiamentos, e, a cada aumento, observamos também uma elevação nas taxas de juros, especialmente nos bancos privados. Recentemente, a Caixa anunciou que não aumentaria sua taxa de juros, mas os bancos privados já fizeram reajustes. O primeiro grande banco de varejo a iniciar essa alta foi o Itaú, seguido pelo Santander. Com juros mais altos, o financiamento fica mais caro, o valor da entrada aumenta e o potencial de compra dos clientes diminui. É um efeito cascata, sem alternativa”, explica Débora Pezzotti, correspondente bancária.
O financiamento imobiliário com correção pelo rendimento da Poupança é mais uma linha de crédito que a Caixa, Itaú e Bradesco oferecem para o Crédito Imobiliário. Essa linha acompanha a Selic, ou seja, nessa modalidade os juros são compostos por uma parte fixa, mais uma parte variável, atrelada com o rendimento da poupança.
Com a Selic no patamar de 11,25% a.a., ela ultrapassou o teto definido, ou seja, toda vez que a Selic passa de 8,5% a.a., a poupança passa a render um valor fixo que é 6,17% a.a. Portanto, a taxa de juros com rendimento da poupança será formada com a variável de 6,17% + o valor fixo + TR.
Na Caixa Econômica, por exemplo, a taxa de juros calculados são apurados somando a taxa fixa a partir de 3,10 a.a.' efetiva mais a taxa variável em função do rendimento da poupança, vigente a cada vencimento da prestação, atualmente de 6.17%a.a.
No Bradesco, a taxa de juros calculados também é a partir de 4,49 a.a.' efetiva mais a taxa variável em função do rendimento da poupança, atualmente de 6.17%a.a., totalizando uma taxa de 10,66%.
?E para ajudá-los a entender melhor que ainda vale a pena financiar imóvel, o Blog do SP Imóvel realizou algumas simulações de financiamento usando a TR, IPCA e a Poupança, nos Sistemas de Amortização SAC.
A simulação do financiamento imobiliário com rendimento da poupança foi realizada nos sites da Caixa Econômica Federal, Banco Itaú e Bradesco, pois são os únicos que até o momento, permitem realizar a simulação do crédito com a correção pela poupança. E foi feita com dados de uma pessoa com mais de 40 anos, financiando um imóvel USADO no valor total de R$ 400.000,00, dando de entrada R$ 80.000 e o restante R$ 320.000,00 será financiado no prazo de 360 meses (30 anos) com Sistema de Amortização SAC.
Compra de Imóvel Usado em São Paulo de R$ 400 mil Entrada de R$ 80 mil (20%) Financiado por 360 meses (30 anos) Sistema de Amortização: SAC Correção anual pela TR (Tabela Referencial) |
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Bancos | Taxa de Juros Efetiva a.a. |
CET Custo Efetivo Total a.a. |
1ª Parcela | Última Parcela |
Total do Financ. |
Bradesco - TR + Taxa Fixa |
11,69% | 13,04% | R$ 4.036,58 |
R$ 921,71 | R$ 936.994,07 |
Bradesco Poupança + Taxa Fixa |
10,66% | 12,02% |
R$ |
R$ 921,02 | R$ 892.004,49 |
Itaú - TR + Taxa Fixa |
11,59% | 13,15% | R$ 4.046,48 |
R$ 922,05 | R$ 951.604,92 |
Itaú Poupança + Taxa Fixa |
11,89% | 13,44% | R$ 4.118,74 |
R$ 922,25 | R$ 964.647,69 |
Caixa - TR + Taxa Fixa |
11,50% | 12.85% | R$ 2.757,63 |
R$ 865,92 | R$ 450.253,18** |
Caixa - Poupança + Taxa Fixa |
10,16% | 11,49% | R$ 3.166,68 |
R$ 809,07 | R$ 772.150,92 *** |
Caixa - IPCA + Taxa Fixa |
5,30% | 6,70% | R$ 1.797,71 |
R$ 861,92 | R$ 334.582,76 |
Caixa - Taxa de Juros Fixa |
9,75% | 11,087% | R$ 3.397,34 |
R$ 891,25 |
R$ 835.082,25 |
Santander | 10,99% | 11,88% | R$ 3.854,17 | R$ 921,24 | R$ 863.374,49 |
Banco do Brasil | 11,81% | 12,61% | R$ 3.953,36 | R$ 925,58 | R$ 920.516,96 |
Simulações realizadas em novembro de 2024 |
Observação 1: A simulação acima não possui a composição de renda e não estão inclusas despesas com documentação, como, por exemplo, o ITBI.
Claro que neste momento, os juros não estão tão atrativos como os praticados em 2020, quando a Selic estava 2%, menor patamar da história e a TR estava zerada, mas a tendência é que o crédito fique ainda mais caro, então, para que esperar e pegar mais?!
De acordo com especialistas, sim, ainda vale a pena financiar um imóvel, pois investir em imóvel significa segurança, rentabilidade, patrimônio e a tão sonhada moradia!
De acordo com o CEO do Grupo SP Imóvel, Dalton Toledo, para quem está pensando em comprar, o momento ideal não deve ser ditado somente pela situação econômica, mas sim pelo momento de vida da família e pelas necessidades pessoais. “Se a compra for financiada a uma taxa um pouco mais alta agora, ele sempre poderá fazer uma portabilidade mais adiante, ajustando o financiamento às condições de mercado. Em vez de esperar por mudanças na política ou na economia. O momento certo de compra é aquele que faz sentido para a família, seja um casamento, a chegada de mais um membro na família ou até mesmo um divórcio.”
O déficit habitacional é muito grande no país. As pessoas sonham com a casa própria. Tem aqueles que vão se casar e vão sair da casa dos pais e buscam o seu próprio lar. Tem o casal que se separa e uma das partes precisa de um novo lugar para morar e tem aqueles que a família vai aumentar com a chegada de uma criança e muitas vezes precisam de uma casa maior.
Não é só o Brasil que tem sofrido com o aumento da inflação, diversos outros países também estão sendo afetados com a inflação. E o ramo imobiliário é impactado diretamente com a inflação e as altas nos juros. Pois além dos financiamentos ficarem mais caros, as construtoras e incorporadoras também sofrem com o aumento significativo nos custos de insumos, e com isso, vão precisar elevar o valor final do imóvel.
A aquisição de um imóvel é algo que precisa ser analisada com cautela, pois existe uma série de detalhes a ser estudada e exige muito planejamento. Por isso, é muito importante realizar simulações do financiamento imobiliário nos sites dos principais bancos, assim é possível ver quais instituições oferecem as melhores taxas do crédito imobiliário de acordo com o seu perfil. Nessas simulações é possível ter uma previsão das taxas de juros, seguros, amortização e dos valores das parcelas mensalmente.
Atualmente, as instituições financeiras disponibilizam diversas linhas de crédito com taxas de juros e condições de pagamento diferenciadas. Portanto, veja qual é o melhor índice que se enquadra nas suas condições financeiras. Confira em nosso Blog: Qual é o melhor índice no financiamento imobiliário: TR, Poupança ou IPCA?